Sempre pugnamos por não interferir na opinião política dos nossos leitores pois pensamos que a democracia deverá ser respeitada para desta forma sermos respeitados. Desta forma apenas queremos deixar registado nas nossas reportagens o que vimos e não o que sentimos ou simpatizamos. É uma forma de estar no mundo e que concordamos plenamente que assim se faça.
Ora vem esta crónica a propósito de termos, no sábado passado, dia 26 de Maio, pelas 17 horas, sido apanhados de surpresa no momento em que saiamos do Metropolitano nos Restauradores pois ficamos inseridos no “coração” duma grande manifestação dum dos partidos da Esquerda, o PCP, onde mais de dez mil pessoas se concentraram para ouvir os discursos empolgantes dos seus lideres um dos quais o secretário-geral daquele partido político, Jerónimo de Sousa. Ao que nos parece esta grande concentração teve início pelas 13 horas no Cais do Sodré terminando naquele citado local dos Restauradores junto à Estação do Rossio. Era um verdadeiro “mar” de bandeiras vermelhas e de dezenas de slogans contra a política de austeridade imposta pelo presente primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, do FMI e da Troika, cuja multidão, de punhos erguidos, cantavam também o seu hino, o Avante Camarada e, no final, o nosso hino nacional, após que destroçou ordeiramente e sem desmandos ou cenas de violência pois as forças de segurança estavam bem visíveis e atentas.
Desta forma até dá gosto testemunhar estes comícios onde os partidos políticos, devidamente autorizados, realizam comícios de esclarecimento para os seus militantes e simpatizantes além de, obviamente, ser uma mensagem direcionada aos nossos governantes da insatisfação das massas pela introdução de medidas e leis pouco populares ao sector laboral da nação.
Temos, durante estes dias em Lisboa e não só, que a situação económica está de “garrote” falando-se já de 16% (ultrapassando os 600 mil) de desempregados pela falência de centenas senão milhares de empregadores, número excessivo se acreditarmos que a nossa força laboral não atinge os 4 milhões numa população de pouco mais de 9 milhões. Fala-se já no aumento na emigração pela saída de milhares de técnicos para a Inglaterra, Alemanha, Brasil, Angola e outros países lusófonos pelo que a percentagem de desempregados poderá agravar os números atrás inseridos.
Ficamos na espectativa até sabermos dos resultados do voto dos gregos para
o próximo dia 17 de Junho cujos resultados poderão ditar o agravamento ou não da situação da crise que se vive em muitos países da Europa com mais destaque para a Grécia, Espanha, Irlanda e, claro, em Portugal.
Até lá, espreitamos e…rezamos!
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